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Guido Pagliarino Voltas no Tempo novela en duas partes: "Universos Paralelos" - "Pecado Original Tradução do italiano para o português brasileiro por Claudionor A. Ritondale

Distribuidora Tektime  Copyright Guido Pagliarino - Novel Primeira absoluta no concurso "Premio Creativa, VI Edizione (Sexta Edição), Seção de romance publicado"

No ano de 1933, um disco voador precipitado é capturado na Itália. Existem três seres humanos falecidos no disco. Para Guglielmo Marconi são marcianos, mas ele não sabe que os comandos do disco foram escritos em inglês. Para Mussolini é produzido pela engenharia aeronáutica militar britânica. Uma história dramática que se desenvolve, em duas fases, em outros planetas e na Terra do passado e do futuro.

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    Leia abaixo a introdução do autor ao livro em papel "Voltas no Tempo"   -    Leia abaixo o posfácio do autor: Sul male no romance "Svolte nel tempo": Atenção, por se tratar de um posfácio, são mencionados alguns aspectos da trama!

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Introdução do autor ao livro em papel "Voltas no Tempo"       TOP

Não poucos leitores consideram as narrativas de ficção científica como divagações de nível medíocre ao qual eles não desejam se rebaixar. Acho que seja, antes de tudo, a própria expressão ficção científica a induzir, com a ideia de ‘ficção’, a fazer imaginar obras de paraliteratura marcadas por desenfreada fantasia irrealista e de pseudociência; seria, portanto, preferível dizer narrativa científica em vez de ficção científica, traduzindo desse modo simples a expressão original inglesa science fiction; mas se a expressão em si é enganosa, mesmo a falta de uma definição precisa de ficção científica comumente aceita poderia ter encorajado a pouca estima geral pela narrativa científica, nem a pode induzir, para certos trabalhos mais recentes, a mistura entre a irrealista ficção e a pura ficção científica, esta certamente concreta mesmo que projete suas histórias para o futuro, porque fala dos dilemas eternos da História do homem e dos novos problemas espinhosos consequentes ao desenvolvimento científico, como, por exemplo, "desconectar ou não o plugue" a quem quer que seja, ou que pelo menos assim pareça, em coma irreversível: em outras palavras, em seus melhores lugares, a ficção científica lida com ciências físicas e humanas, filosofia e até teologia, expressando obras ricas em humanismo científico, mesmo que seja evidente que, como na literatura universal, há histórias talentosas e agradáveis, outras de puro entretenimento, bem escritas e, finalmente, trabalhos mal elaborados, assim é para a literatura de ficção cientifica. Entre as várias funções da boa ficção científica, que alguns chamam de ficção científica humanista74, destacam-se tanto o fazer entender que a ciência e a tecnologia não devem ser temidas se tivermos como medida o ser humano, quanto o alertar o leitor sobre certas pesquisas científicas inimigas da pessoa: gostaria de lembrar a essa última referência, precisamente o protótipo do romance de ficção científica humanista "Frankenstein ou o moderno Prometeu", de Mary Shelley, uma obra-prima que, já em 1816-17, quando foi composta, alarma romanticamente o leitor sobre o que, anos mais tarde, será chamado o cientificismo: um romance em que a ciência é denunciada pelo humanismo, seja secular ou crente, o que leva ao opróbio da criatura monstruosa que clama por vingança contra o seu demiurgo humano. Em particular, romances e contos filosófico-científicos – isto é, de pura ficção científica – podem ser formativos contribuindo, desde que o enredo atraia e, talvez, contenha uma boa dose de aventura, para levar os mais jovens a formar uma mentalidade desvinculada do materialismo niilista hoje dominante. Foi com essas considerações que, com "Voltas no tempo" eu quis acessar o campo da ficção científica após vários romances históricos. Ao contrário da norma para as obras narrativas, o leitor encontra notas, de vários tipos, mas, sobretudo, históricas, porque este romance também contempla a História, mesmo que inclua a História fantasiosa, e a ciência histórica hoje em dia, especialmente em relação à época mais recente, parece-me que não é, infelizmente, muito praticada.

POSFÁCIO DO AUTOR À SEGUNDA EDIÇÃO (Sobre o mal no romance “Voltas no tempo”)  TOP

Central para o romance é o mal, cujo sofrimento afeta tanto os seres humanos quanto os animais – peixe que come peixe... – e, considerando a materialidade do cosmos, provavelmente afete também eventuais seres racionais extraterrestres. Às vezes é uma má iniciativa de alguém que provoca sofrimento; por exemplo em Tino são os afetados pela paranoica ditadura que oprime o seu Estado os cônjuges renos Gtoni Kalonìr e Gtoni Tukke, duas pessoas íntegras – sim, pessoas mesmo se canguroides como os chama jocosamente, não inteiramente sem racismo, a comandante da crononave 22 - que quase se rebelam contra o imoralismo imperante em seu mundo; e na Terra, entre outros, o inocente filho do agricultor Moretti é eliminado pelo regime fascista só porque na taverna ingenuamente revelou a notícia do disco voador caído. Muitas vezes, no entanto, o mal acontece sem dolo; por exemplo, as células gêmeas do planeta Baricòn não poderão ter descendência, quando estiverem em idade fértil, não por causa da má vontade dos cronoastronautas Margherita e Valerio, que tinham prometido aterrorizá-las para favorecer a sua fisiologia reprodutiva, mas eles serão impedidos de viajar no cronoespaço e alcançá-las; e, a propósito, acontece que, cada vez que os temponautas mudam o passado, muitíssimas pessoas inocentes desaparecem como se nunca tivessem existido – genocídio? pode-se perguntar –, e ainda isso não acontece por maldade daqueles viajantes no tempo, porque sua intervenção sempre tem uma razão muito séria, como evitar o nazismo no futuro da Terra ou impedir a sujeição do nosso planeta aos renos; por outro lado, embora o pequeno grupo de pessoas terrestres tenha salvado Tino de uma catástrofe global, evitando uma guerra de aniquilação, e tenha devolvido aos renos normas morais, sempre indispensáveis a uma convivência democrática pacífica, no futuro, os descendentes desses mesmos tinianos exercem a violência contra toda a raça humana, inclusive para com os mesmos astronautas que, cúmplices das viagens no tempo, ajudaram seus antepassados; e ainda assim esses renos não conquistam a Terra por imperialismo, mas pela força, sendo já inabitável o seu planeta; e também necessariamente os terráqueos, a fim de recuperar o seu próprio, decidem mudar a História novamente e, encontrando nenhuma outra solução, decidem voltar ao passado e aniquilar o planeta Tino com todos os seus habitantes, inclusive os justo e as crianças: pela força e com remorsos, não certamente por má vontade dos executores. Entre os vários males, talvez o mais eminente neste romance é apenas aquele que ele não tem, ou parece não ter, uma explicação adequada, quer porque a sua razão de ser é incompreensível à nossa mente, quer quando parece que, não agindo, se seguiria um mal ainda pior, quer por se tratar do mal de natureza, daquela dor, tantas vezes mortal, que afeta pessoas e animais, se pensarmos, por exemplo, em um tsunâmi, intrínseco à estrutura interna da Terra com os seus submovimentos tectônicos, estrutura necessária para o nascimento e a manutenção da vida – na Lua não há tsunâmis, mas tampouco vida; ou, por exemplo, se pensarmos em uma pedra que, por causa da gravidade natural, caia e mate. Trata-se do mal que Santo Agostinho chamava metafísico precisamente porque, além da nossa capacidade de experimentar a sua eventual razão transcendente. Quanto ao mal feito por um ser humano contra um outro ser humano, e no romance também de um tiniano para com outro tiniano, de um tiniano contra um humano e vice-versa, isto é, para o mal feito por uma pessoa a uma outra, ele é fruto de escolha e, portanto, tem explicação na mesma liberdade de decisão que pode levar a escolher maliciosamente, realizando o chamado pecado, isto é, cometendo o mal moral nas palavras de Santo Agostinho; consiste em preferir o próprio egoísmo, considerando a si mesmo o centro do mundo e aos outros um nada: é uma atitude que levou na História do mundo a coisas atrozes, como as iniquidades cometidas por ditadores como Hitler e Stalin, para citar apenas dois, e por seus assassinos; e a presença de Hitler, com seu puxa-saco Mussolini, passa por toda a primeira parte do romance, ambientada em grande parte na década de 1930, uma época em que o mal das ditaduras foi tristemente e tristemente difundido; da mesma forma, na segunda parte da obra, no imaginário planeta Tino, dominam os regimes absolutos da ditadora Mulki Tennemir e do ditador Mukku Firke, que são opostos, mas essencialmente iguais em sua perniciosidade, bem como entre nós o nazifascismo e stalinismo. Trata-se de tiranos belicistas e exterminadores; então, pode-se perguntar a respeito disso: os protagonistas do romance não fazem talvez moralmente bem em agir com todo o seu poder técnico-científico para eliminá-los, trazer a democracia para os dois Estados-continentes de Tino e evitar a destruição da raça dos renos? Bem, não, sendo movidos pela soberba humana, o desejo de fazer como os deuses providenciais mudando os acontecimentos históricos daquele planeta alienígena, de modo que, de forma nenhuma, os crononautas possam ser, finalmente, eticamente vitoriosos; no entanto, agiram na – a superficial – a ideia de fazer o bem, eles não se reencontraram com uma consciência leve: no descaramento de quererem mudar a História de um mundo inteiro, tiveram a audácia supertitânica de substituir Deus – no nosso mundo quantas revoluções, cruelmente inimigas do ser humano, tiveram tal sentido! – tratou-se de um mundo "outro" de quem dispor a partir do exterior, na pele de experimentadores, e não da Terra onde eles teriam sido envolvidos, mesmo arriscando desaparecerem fisicamente se, eliminando os Hitlers e companhia, a História tivesse mudado; e pensou-se, deturpando as contas, que, agindo sobre os destinos de um outro planeta, à Terra não restaria nenhuns problemas. Isso não significa que os nossos temponautas não tenham tido, por um momento, também teve a tentação de mudar os acontecimentos terrestres, graças ao poder quase sobre-humano que a ciência e a tecnologia do ano 2133 forneceu a eles; por um tempo, pelo contrário, sublinharam a lisonja para implementar, como a define o personagem Valerio Faro, uma “operação histórico-cirúrgica para salvar nações”; como diz o Dr. Gorgo ao grupo dos colegas cientistas: “Seria estupendo se para nós mudasse a História trágica do século XX para uma outra menos dolorosa, se extirpássemos talvez da Terra gente como Hitler, Mussolini e Stalin, o que por certo seria factível graças à nossa tecnologia, exatamente como já, analogamente, intervindo rapidamente sobre um defunto por causas traumáticas, a tecnologia nos permite reanimá-lo”: recorrer, portanto, cirurgicamente – estão presentes os desastres combinados a certas bombas e mísseis cirúrgicos em guerras das nossas últimas décadas? – ao “poder armado, para destruir os arsenais e derrubar Hitler, Mussolini e Stalin e [...] Franco, Salazar e os outros ditadores [...], instaurando democracias onde quer que seja e impedindo a segunda guerra mundial e a sucessiva guerra fria e todo o consequente mal que veio com elas”. Ideia que, na primeira parte do romance, provoca, por um momento, quase todos os cientistas embarcados na cronoastronave 22, exceto aqueles poucos deles, como a pesquisadora Anna Mancuso, que, crentes, estão convencidos de que tal projeto seja diabólico, tanto a repetição maligna do emblemático pecado original, arquétipo de todo pecado humano, para o qual a serpente bíblica sulfúrea tentou a soberba de Adão e Eva: "Mas a serpente disse à mulher: ‘você não vai realmente morrer! De fato, Deus sabe que, quando você comeu dela, abriram-se os seus olhos e você se tornaria como Deus, conhecendo o bem e o mal" (Gênesis 3, 4-5). Aliás: alguns leitores, incompreendido, talvez possa considerar culpa meritória o bíblico pecado de origem? como para Prometeu ansioso por dar aos humanos o fogo e, portanto, a tecnologia contra o egoísmo de Zeus, que quer preservar para si o poder da chama? Não, não é esta a essência do pecado original: na antiga linguagem simbólica religiosa judaica, "bom e mau" significam toda a criação e "conhecimento", como é mais conhecido, é em geral e não só no sentido sexual por posse, então, a proibição de Deus não é procurar e aprender, mas de querer substituí-lo por se tornarem deuses: "Você se tornaria como Deus"; e, afinal, não era talvez, em essência, o desejo de ser Deus que movia Hitler e os outros ditadores do século XX e, no passado mais distante, os vários Alexandres, Césares, Napoleões...? A personagem de Anna Mancuso discorda firmemente: Traçar os destinos do gênero humano?! Darmos uma de Deus, enfim! Não, tampouco falar disso, de mudar a História! É já algo ímpio apenas pensar de nos transformarmos nós mesmos em providência não colaborando com Deus, mas substituindo-o”. No entanto, quando a mesma tentação de mudar acontecimentos históricos se reapresenta, não mais desta vez direcionada para o gênero humano, mas no que diz respeito a uma estirpe alienígena, eis que o mau orgulho prevalece, as oposições caem, aqui se opera, se age, se consegue; mas que nefandas consequências tem aquele novo comer o fruto da árvore do bem e do mal! Como os bíblicos progenitores, também os crononautas queriam tornarem-se senhores de um mundo e da sua História. E eis que, como já o sofrimento existencial sujeito ao tempo, ao envelhecimento e à morte caíram sobre Adão e Eva e sobre a sua descendência que foram excluídos do Ser eterno, caem agora sobre a espécie humana tragédias terríveis: por causa não de Deus, mas das mesmas soberbas ações dos crononautas. Eles conseguem, enfim – a que preço! –, salvar a Terra da tragédia, mas não saem vencedores em um sentido moral, porque a sua avaliação do bem a ser feito foi muito superficial: antes de decidir intervir mudando a História do planeta Tino, não houve uma profunda questão da sua consciência, e a soberba prevaleceu sobre aquele amor verdadeiro que nunca pode ser alheio à humildade. Uma esperança de redenção moral, no entanto, ainda poderia estar lá no final, aqueles pecadores poderiam alcançar uma certa serenidade do coração, graças ao exercício do amor interpessoal, não, por assim dizer, de um pseudoamor soberbamente titânico – o mesmo das violentas revoluções antipersonalistas, como a francesa, a soviética...- mas da caridade humildemente dirigida àquele próximo que se encontra dia após dia; em vez disso, inclinam-se, os crentes não menos do que os agnósticos e os ateus; não há nenhuma menção explícita de que eles se colocarão à disposição dos necessitados, dos doentes... e todos, portanto, continuam a serem perdedores, ficam fora do paraíso terrestre do exercício da caridade; e o final do romance é pesarosamente amargo.                 TOP